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Manuel José Santinhos

Ti Manel Zé do Tojal

1905 - 2001

Traçar o percurso de Manuel José Santinhos é inseri-lo no contexto sócio-cultural de finais do século XIX principios do séc. XX e captar da sua obra todo o repositório poético - fadista da tradição desse tempo e, concomitantemente, vislumbrar toda a gama de artificios estrturais por ele utilizada e usufruir ainda do seu admirável talento de poeta popular. Porque o nosso poeta do Tojal não foi apenas mero seguidor da forma poética cristalizada no tempo - a dita quadra de 40 pontos - de que foi exímio e prolífico cultor, mas também seguidor de outras estruturas que durante décadas foram surgindo e servindo de letra para o cante fadista.

Mas foi sobretudo um notável artífice de quadras de 60 pontos de que é único de entre quantas dezenas de poetas populares do seu tempo e antes e depois dele surgiram e que se dedicaram à feitura de textos para fado. Mas mais ainda: foi ele próprio criador de estruturas novas a nível rimático, como procuramos demonstrar neste trabalho.



Carlos Teiga
 

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