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Paula Teixeira de Queiroz publicou já as seguintes obras: “Contos do Destino e do Desatino”, (Opera Omnia, 2010); “Contos de Amor e Desamor” (Animedições, 2012);

“A Bruxa de Grade” (Animedições e Universidade de Aveiro, 2013), que recebeu o Prémio Literário Aldónio Gomes 2013 (Departamento de Culturas e Letras da Universidade de Aveiro) e “Os Amantes da Dona Julieta” (Coimbra Editora, 2015).

Nasci num campo de papoilas

Paula Teixeira de Queiroz

Quando a narradora recebe umas cartas da amiga de infância já esquecida, catequista numa vila do Alto Minho, cartas ingénuas e patéticas, não espera envolver-se numa trama que quase a destrói: a vida misteriosa da Senhora Dona Emília, descendente de uma ilustre família local e proprietária de uma casa secular, em que a sua vida depravada nos meios boémios europeus se cruza num pacto tribal com o silêncio dos habitantes.

As histórias risíveis da Emilinha, a afilhada da Senhora; o drama da Lena, filha de um antigo agente da Pide; a Luísa, casada com um emigrante rico, reformado do Canadá, onde carregou tijolos até o peito lhe sangrar; a teimosia da Emilinha que tomou em mãos a nobre decisão de que a Luísa iria estudar Direito para Coimbra, a fim de resgatar as mulheres do bairro mais pobre da vila, onde os homens se embebedavam e as espancavam para não terem de enfrentar as agruras da vida; o Quim, que furou a greve do lixo em Londres nos anos oitenta do governo Thatcher; o primo comunista da Senhora; a estranha relação entre a Senhora e a criada Deolinda… Toda uma panóplia de personagens se esconde nessas missivas que, vida a vida, a narradora tenta desembaraçar dos meandros do medo, dos pesadelos que povoam a cabeça torturada da Senhora, já velha e doente, mas não desistindo de fazer justiça pelas mãos de uma afilhada, diminuída fisicamente mas poderosa de espírito. O leitor ver-se-á transportado nas asperezas do tempo e da fantasia até descortinar um ditador que queria ser livre e se viu forçado a mergulhar no ódio de quem assim o fez, prisioneiro da própria vontade.

Irá a Emilinha triunfar? Irá a narradora sobreviver? A “viagem” pode deixar o leitor exausto mas, de certeza, mais rico do que à partida.”

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